Charles Darwin é conhecido como um dos cientistas mais importantes de todos os tempos. Suas observações e investigações, durante os cinco anos em que explorou terras desconhecidas a bordo do Beagle e os vinte que se seguiram ao desembarque na Inglaterra, puseram a seleção natural num lugar antes ocupado por Deus: o de criador da diversidade biológica.
As aves e tartarugas que o jovem naturalista coletou nas ilhas Galápagos eram exemplos de algo que não poderia ser coincidência: áreas isoladas abrigam plantas e animais parecidos, mas um pouco diferentes. Por que Deus criaria essas pequenas variações sobre os mesmos temas? Depois de muita reflexão e estudo, Darwin concluiu que organismos com características que lhes conferissem maior sucesso em determinado ambiente deixariam mais descendentes: esse mecanismo ele batizou de seleção natural.
Consciente da celeuma que suas idéias causariam na sociedade britânica do século XIX e da dor que provocaria em sua amada Emma Wedgwood, Darwin foi incansável em levantar provas e construir argumentos. Mas precisou de um empurrãozinho – a ameaça de perder a autoria da idéia para Alfred Russel Wallace, que estava na mesma trilha – para completar sua obra.
Em As dúvidas do sr. Darwin, que acaba de ser publicado pela Companhia das Letras, David Quammen expõe não só o pensamento mas também o homem metódico e angustiado que foi o “pai da teoria da evolução”. O texto leve, divertido e acessível dá ao leitor a impressão de caminhar ao lado de Darwin ao longo da jornada — que ganha por isso outra dimensão.
As dúvidas do sr. Darwin
Um retrato do criador da teoria da evolução
David Quammentradução de Ivo KorytowskiCompanhia das Letras264 páginasR$ 39,50