21 janeiro 2009

Revoluções científicas

O tema deste mês no roda de ciência - que começou no mês passado mas só agora consegui espiar - vem da minha curiosidade sobre quais são os grandes temas atuais na ciência.

Em biologia muito das últimas décadas se concentrou em genomas. Obter seqüências e mais sequências (estou tentando embutir a reforma ortográfica nos meus dedos, nem sempre com sucesso), sem falar nas discussões sobre reducionismo: será que esses sequenciadores acham que tudo vai se resumir aos genes? Doenças, gostos, bebês sob medida...

Eis que, alegria dos que temem o reducionismo, nos últimos anos ficou bem claro que os genes no fundo mandam pouco. Há uma infinidade de pequenas moléculas, como os RNAs (veja aqui matéria que fiz sobre isso), que controlam a ação do material genético. Duas pessoas podem ser geneticamente idênticas, como gêmeos univitelinos, e ter diferenças físicas devido a esses mecanismos de regulação, por sua vez influenciados pelo ambiente. Dois animais podem ter sequências muito parecidas em seu DNA, mas serem diferentes pelo mesmo motivo. Chimpanzés e humanos são mais diferentes do que a pouca diferença genética poderia fazer supor.

E tem a epigenética, de que o João já falou neste blogue, que mostra como o ambiente afeta diretamente a expressão dos genes - e isso pode passar de uma geração para outra (sim, herança de caracteres adquiridos, para quem já estudou a teoria evolutiva de Lamarck).

O que já se sabe sobre esses mecanismos é ainda muito pouco. Não sei se será uma revolução ou, como disse o Osame comentando o João Carlos, uma evolução. Mas gostaria de ver o dia em que geneticistas conseguirão finalmente entender como tudo isso se integra e funciona. Não sei se é possível.

Em astronomia, o João Carlos já mencionou: a busca pela matéria escura e pela energia escura, que compõem a maior parte do universo, parece ser o santo graal do momento.

E tanto se falou do acelerador de partículas do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear, o Grande Colisor de Hádrons. Quando finalmente for (re) posto em ação, físicos pretendem encontrar partículas que só existem na teoria.

E os químicos, o que procuram? E os paleontólogos? E os...?
Será que é possível prever uma revolução? Ou por definição essas quebras de paradigma da ciência só acontecem de surpresa?

Cadê os filósofos???

Estas ideias jogadas são parte da discussão do roda de ciência.
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