A revista Pesquisa FAPESP e o Instituto Sangari organizam uma série de palestras e debates complementares à exposição Einstein, aberta para visitação até o dia 14 de dezembro no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Em linguagem simples, acessível a um público amplo, físicos e especialistas de outras áreas – cinema, sociologia, filosofia, neurologia e história da ciência, entre outras – vão falar sobre as idéias de Albert Einstein e suas implicações em outros campos, nas tardes de sábado e nas manhãs de domingo, no auditório que integra a exposição. Entrada gratuita.
Aos sábados, as mesas-redondas exploram o tema O tempo em dois tempos. Nelas, um físico e um pesquisador das ciências humanas falam e conversam sobre a noção do tempo e do espaço em suas especialidades. Aos domingos, na série Muito além da relatividade, físicos e escritores especializados em física do Brasil e do exterior abordam aspectos pouco conhecidos sobre a vida, o contexto histórico e a obra de Einstein.
Sábado, 11 de outubro, 15h
"O Difícil Legado de Einstein", com Carlos Escobar, físico e professor da Unicamp
Carlos Escobar mostrará que Einstein, além de um trabalho que guia a física ainda hoje, deixou desafios científicos enormes: a idéia de um espaçotempo dinâmico e a idéia de que teorias podem ser formuladas por meio de argumentos de consistência interna, muitas vezes sem ser necessário que resultados experimentais sugiram caminhos específicos para sua formulação. Outro legado de Einstein diz respeito ao papel do cientista na sociedade. "Einstein nos deixou um padrão muito elevado de compromisso social, humanismo e espírito crítico que faz com que os cientistas hoje pareçam apenas pequenas peças numa grande máquina", diz Escobar. "Quem tem a grandeza intelectual e moral para rebelar-se contra isto?"
"Mudando o modo de ver o mundo: indivíduos e 'Zeitkontext' ou como o movimento Browniano modificou o modo de fazer ciência", com Peter Schulz, físico e professor da Unicamp
Autodenominado historiador totalmente amador, Peter Schulz contará como Albert Einstein explicou um fenômeno observado 80 anos antes – o movimento browniano –, fundamental na verificação experimental da existência dos átomos, que ainda não era totalmente aceita no início do século XX. Schulz mostrará também como o contexto de época – o "Zeitkontext" do título da palestra – pode atrasar o desenvolvimento científico em geral e especificamente uma atividade ligada ao estudo do movimento browniano que amadureceu 80 anos depois – a nanotecnologia.
Mediador: Marcelo Leite, jornalista e colunista da Folha de S.Paulo, que lançará seu livro mais recente, Ciência: use com cuidado (Editora da Unicamp), após as palestras.
Domingo, 12 de outubro, 11 horas
"Einstein Inventor", com Nelson Studart, físico e professor da UFSCar
Além de inventor, Einstein foi engenheiro e consultor. Aos 15 anos já se envolvia na solução de problemas técnicos com engenheiros. Depois criou a "Maquininha" como ele chamava sua primeira e única tentativa de projetar um equipamento para testar sua teoria sobre o movimento browniano. Como consultor de uma empresa de fabricação de aviões, a LGV, projetou uma asa para avião militar na Primeira Guerra Mundial. Para evitar o vazamento de gases tóxicos e reduzir o barulho dos refrigeradores da época, colaborou no desenvolvimento de um protótipo que foi construído em 1931 pela empresa AEG, mas a máquina nunca foi comercializada. Nelson Studart também apresentará as patentes requeridas por Albert Einstein em colaboração com outros inventores de 1928 a 1936 – a última foi uma câmara fotográfica com intensidade de luz auto-ajustável.
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