Células-tronco
A notícia científica da semana é o veto do presidente norte-americano George W. Bush ao projeto de lei que ampliava o financiamento federal e possibilitava o uso de embriões descartados em clínicas de fertilidade para pesquisa com células-tronco (leia mais na Agência Fapesp). A lei foi aprovada no senado, mas o presidente considerou que ela ultrapassava uma barreira moral importante. Por isso ela mereceu o primeiro veto do mandato de Bush.
O assunto chama ainda mais a atenção porque cada vez mais pesquisas mostram o potencial das células-tronco embrionárias para tratar os mais diversos males. Um exemplo é o artigo "T lineage differentiation from human embryonic stem cells" ["Diferenciação de linhagens T a partir de células-tronco embrionárias humanas"], de um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles, disponível na versão on-line da revista PNAS.
Eles usaram uma linhagem de células embrionárias das que já existem em laboratório, e viram que elas são capazes de gerar células T, além de outros componentes do sangue. As células T fazem parte do sistema imunológico, e têm esse nome por completarem seu desenvolvimento no timo. O segredo está em descobrir o meio ideal para que essas células se desenvolvam. A partir daí, elas podem ser inseridas no organismo num estágio ainda incompleto de diferenciação, e o timo se encarrega do resto.
Mas o grupo não só cultivou essas células. Eles também as modificaram geneticamente, de forma que genes podem ser ligados ou desligados, corrigindo problemas de função. O artigo afirma que esse tipo de trabalho pode vir a ser importante para tratar doenças sangüíneas genéticas ou infecciosas (como Aids).
Falta agora estímulo e viabilidade para levar as pesquisas adiante.
2 comentários:
Uau, Maria!
Essa foi no fígado! Excelente! ;)))))
É fácil imaginar por que o Bush é contrário às pesquisas com células tronco: podem arranjar um jeito de fabricar um ´cerebro para ele (e o que ele iria fazer com o intestino extra?)
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