Dieta na ponta dos dedos
Você lembra o que comeu há seis meses? As pontinhas das suas unhas, aquelas que você está pensando que tem que cortar, lembram.
Gabriela Nardoto e colegas, da USP de Piracicaba, estudam formas de "ler" essa informação.
Leia mais na reportagem que escrevi para a Pesquisa Fapesp deste mês.
P.S. Os comentários abaixo incluem atualizações minhas, à medida em que vou encontrando coisas interessantes sobre isótopos estáveis.
20 comentários:
Maria, acabei de ler essa sua reportagem na Revista da Fapesp.
Não sei se já lhe disse isso antes, mas vou dizer agora. Você escreve bem, sabia?
Esses dias o Mauro Copelli me disse que de todos os comentarios que sairam sobre o nosso trabalho - inclusive press release que eu e ele escrevemos - o seu na COMCIENCIA era o melhor.
Por concordar com ele, estou comentando aqui pra todo mundo saber...
Agora, apenas pra lembrar... Você, o João e a Suzana não vão assinar o abaixo assinado ao Estadão?
Puxa Osame, obrigada!
Eu adorei o desafio de escrever sobre o trabalho de vocês, fico feliz mesmo que vocês tenham gostado.
Quanto ao abaixo assinado - eu acho que os meios de comunicação importantes deveriam sim investir em blogs/portais de ciência. Mas o que o abaixo assinado proporia? Você tem alguma participação em mente? Fora ver a ciência mais acessível ao público em geral, você tem outros interesses em que Folha/Estadão façam blogues?~
De minha parte eu acho interessante, mas não imagino uma participação ativa minha em tais blogues.
OI, Maria!
Parabéns! Mais uma super-matéria! E, para que todos os seus leitores saibam, parabéns pela efetiva contratação pela Revista Fapesp!!! Mais do que merecida!!! ;))))
Quanto à matéria, nós peritos, lá no Imesc, utilizamos à técnica, para a investigação de alguns casos de investigação toxicológica...(esqueceu de perguntar a quem está sempre ao seu lado...tudo bem, dessa vez passa, ok?)
bjos
silvia, pior é que eu tinha posto um paragrafinho sobre aplicações forenses. mas na hora de fazer a matéria caber no espaço que me deram, tive que cortar... com pena mesmo.
OI, Maria!
Não me conte uma tragédia dessas...vou chorar cinco noites sem parar :_(((((((((((((((((
hehhehehehehhehehhe
oi maria,
caso você roa sua unha , voce recome tudo o que comeu nos últimos seis meses.
Maria, como é que é? Contratada pela Revista Fapesp? Parabens. Isso significa que não vai precisar de bolsa do CNPq para o projeto do blog central?
Não, a idéia da sugestao ("baixo assinado") de blog em jornais é desinteressada. Mas se eles fizerem um blog, pode ser que tenham que contratar um jornalista cientifico, ou seja, mais um emprego para a sua classe. Blogs cientificos em jornais também dariam mais visibilidade para os blogs cientificos. Acho que a coisa é sinergética, tem muito espaço ainda para blogs científicos, não estamos disputando um publico mas sim querendo formar um. E para isso, um blog em jornal é um catalizador. Vide as visitas que recebi depois de um post do Marcelo Leite no UOL.
Maria,
Parabéns pela reportagem e a conquista profissional!
Fico contente também pela matéria sobre a pesquisa da Gabriela, que conheci em Brasília e, se não me engano, já "coletou" umas amostras das unhas de um conhecido meu (um gaúcho apreciador da "dieta do churrasco").
Interessante essa revista sobre física antropológica, publicando uma "mistura fina" de humanidades e exatas!
Agora - se vc é o que vc come: será que sua constituição de isótopos de carbonos (derivados do C3, se não me engano) seria a mesma independentemente da alimentação ser via o leite da vaca ou da sua carne (em ambas as condições a fonte é a mesma: bovina). OU será que essa é uma pergunta totalmente "nonsense"?
Osame, gostei dos esclarecimentos. você já deve ter visto que pus meu nome lá.
e pois é, não vou pedir mais bolsa -- e vamos ver quanto tempo vou conseguir dedicar ao nosso projeto, caso ele se concretize. vamos ter que arranjar outro jornalista de ciência para ajudar.
ana, boa pergunta. acho que carne tem composição isotópica diferente do leite, mas não sei explicar. vou pedir pra gabriela dar um pulo aqui.
Maria, em primeiro lugar gostaria de agradecer em público a matéria que fez sobre o trabalho que venho desenvolvendo e do qual gosto tanto. Eu simplesmente adorei !! muito obrigada!!
Agora quanto à pergunta sobre as diferenças isotópicas entre leite e carne bovina - teoricamente a "assinatura isotópica" do leite e da carne (músculo basicamente)seria a mesma, se o leite não tivesse tanta gordura em sua composição. A gordura deixa a "assinatura isotópica" mais leve e dessa forma, uma pessoa vegetariana que toma leite mas não come a carne, terá uma "assinatura" diferente de alguem muito carnívoro.
Olá Gabriela! E Maria e Osame!
Obrigada pela resposta, muito esclarecedora! E sucesso com a sua pesquisa! Estou aqui pensando em como fazer uma "ponte" entre estudos de composição isotópica e nossos estudos com a evolução de moscas varejeiras (que possuem dietas que não vem ao caso detalhar nesse "blog", para não espantar os visitantes :)). Uma delas, que é praga, come carne + inseticida (aquelas resistentes) ou carne sem inseticida (aquelas sensíveis)... mas desconfio que o inseticida não modifique a assinatura da mosca (mas é legal ficar pensando nisso...). Outra coisa que pediria a Maria (como se vc tivesse tempo - que nunca ninguém tem, exceto o Osame, que revolucionou a noção de tempo para blogar sem comprometer seu casamento) para incluir o texto sobre composições isotópicas e estudos toxicológicos ou forenses, que foi removido da reportagem original (segundo vc comentou com a... Sílvia, eu acho). No meu trabalho com esses verdes e reluzentes moscas, a questão da evidência forense (no caso, a entomologia forense) sempre desperta muita curiosidade. Como estão na moda programas do tipo "CSI" (Miami, NY, LA, e Rio - dizem que vai rolar...), "cold case", "testemunha silenciosa" e outros, você pode até conquistar um público ampliando um pouco a reportagem dos isótopos (sei que seu propósito de "blog" não visa a audiência pura e simplesmente, mas esta é uma consequência desejável da divulgação científica). Fica a sugestão!
abraços,
anaclaudia
ana, você tem razão -- seria legal mesmo poder ampliar aqui os assuntos tratados em reportagem. quando eu tiver tempo... que realmente não conheço o segredo do osame e o meu é bem finito.
na reportagem original eu tinha posto um parágrafo curtinho mesmo, sem detalhar. dizia só algo que a própria gabriela me disse, que os isótopos estáveis têm aplicação forense - saber, por exemplo, por onde a pessoa andou. mas de repente a silvia, que é especialista em assuntos forenses, pode falar mais sobre isso.
adorei ecologia forense!
Oi, Ana!
O que eu havia comentado com a Maria, dizia mais especificamente respeito aos humanos...que é a minha área. Utilizamos a técnica em aplicação de casos de toxicologia (sem entrar muito nos detalhes...pois, como vc disse, pode virar uma matéria). Outro assunto, bem diverso, é o caso entomológico. Tenho um amigo que fez um trabalho primoroso a respeito. Vou falar com ele para colocar lá no blog e matar toda a sua curiosidade, ok?
bjos
opa! se é usado para análises toxicológicas, será que funciona pras moscas viciadas em inseticida da ana? se for dar matéria, vocês façam o favor de me avisar!
Olá Sílvia!
Então: mosca... humano... tudo muito parecido. Não me interesso só pelos dípteros não, estou curiosa para ler a matéria sobre análises toxicológicas humanas sim! E as histórias do seu amigo forense também (CSI-SP)!
abraços,
ana claudia
Acabo de ver outra aplicação interessante dos isótopos estáveis, ponho aqui para quem se interessar. Um artigo na PNAS fala de usar isótopos de oxigênio em dentes de mamíferos para avaliar a aridez dos ambientes em que estão.
opa! aprendi a pôr links no comentário! agradeço ao joão carlos.
Para não multiplicar postagens, vou acrescentando aqui.
O mastozoólogo (especialista em mamíferos) Jim Patton, da Universidade da Califórnia em Berkeley, me contou de uma aplicação interessante dos isótopos estáveis: acompanhar mudanças em distribuição de espécies. Os isótopos podem ser detectados em bichos atuais ou peles depositadas em museus, então dá para seguir um espectro temporal amplo. Isso pode ser interessante para o projeto de que Patton participa, que compara a fauna atual do parque Yosemite com a que existia há 100 anos. Parece que já detectaram muitas mudanças devidas a alterações climáticas.
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